Mil e uma palavras para conhecer antes de crescer...

quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Entre partidas e regressos

Agosto, o mês em que o Gato passou o tempo, muito jovial, a correr atrás dos pássaros. Primeiro, em cima do muro, depois, empoleirado nos ramos da macieira, por fim, nos beirais da casa.
Foi então que, apesar da sua agilidade de gato, um pássaro mais esperto e rápido o fez desequilibrar-se e cair em cima de um monte de pedras que o senhor Aníbal acabava de descarregar.

- Miauuuuu!

O seu miado ouviu-se até ao fim da rua.
Angelina, a veterinária, chamada à pressa por uma Bruxinha aflita, veio a correr e tratou dele calma e delicadamente.
No final, recomendou uns dias de imobilidade absoluta.
- Isso é uma chalaça? - pergunta o Gato.
- Não, estou a falar muito a sério. Tem de ser. Partiste uma pata. Não vai ser assim tão difícil, tu és o gato mais pachola do mundo.
- Não! Sou o gato mais sem sorte… aqui estou, proibido de sair, deitado no parapeito da sala a ver a grande movimentação no jardim. Há estacas e panos por todo ao lado. O senhor Aníbal continua a entrar e a sair carregado de materiais, acompanhado por dois ajudantes. O que andará a fazer? O que se passará por ali? Ai, a curiosidade pode matar um gato – Bruxinha, o que se passa no jardim?
- É surpresa.
- Surpresa foi o monte de pedras em vez da terra fofa, onde eu caí.
- Culpa tua. Dizem que os gatos caem sempre de pé - Diz a Bruxinha a gracejar.
- E caí, em cima da minha pata.
- Desculpa, gatinho. Eu já te tinha avisado para não andares a armar-te em gato de corridas no telhado.

Sabe Mais k(que) os teus Pais

Mas, no final do dia, com pena dele, pegou-o ao colo e foi mostrar-lhe as obras: uma piscina; um pátio de calçada com um desenho; uma grelha gigante de Palavras Cruzadas.

- Vês?! Está tudo pronto para a festa de aniversário do nosso blogue e para o lançamento dos nossos livros.
- É verdade, o “Sabe Mais” vai fazer anos! Como o tempo passa…
Parecia ter sido ontem que tinham voltado a casa. Passaram quatro anos num abrir e fechar de olhos:

“Era uma vez uma casa… Num país longe, numa cidade pequena, numa rua comprida e estreita. Uma casa grande Há quem diga que, em tempos antigos, era morada de uma simpática família. Há quem diga que parece uma casa assombrada! Dizem-se muitas coisas sobre casas antigas, grandes e abandonadas. Sobretudo em pequenas cidades onde as pessoas ainda falam umas com as outras.”

Na Vila já todos conhecem a Bruxinha e o seu gato.
Até as novas famílias que chegaram recentemente e vão morar nas casas vazias.
Vêm de muito longe, fugidas de guerras e de muitos problemas. Falam uma língua estranha mas são recebidos com sorrisos que todos entendem.
São crianças, mães, pais, são gente com sonhos dentro, mesmo que o seu mundo não seja nenhum idílio.
Na loja da D. Aurora encontram-se para comprar pão e na loja da menina Palmira provam os novos sabores das frutas.
O senhor Alfredo passou a ler com mais atenção os jornais que trazem notícias terríveis de gente que não tem a sorte de encontrar um lugar para morar. Até o presidente da Câmara, sempre aflito com o orçamento, teve um gesto liberal de boa vontade para ajudar.

Em breve a escola vai encher-se novamente de crianças. E isso, sim, é uma boa notícia.

Por agora, o calor ainda anda por cá e todos foram convidadas para uma festa na casa da Bruxinha e do Gato. Vai haver banhos na nova piscina, um lanche cheio de bolos, doces e muitas brincadeiras.
Nisto, ouve-se parar um carro junto ao portão. Caixas e mais caixas são descarregadas.

- Chegaram! Já não era sem tempo…

O Gato não se pode mexer da sua almofada mas a Bruxinha correu a desempacotar os livros.
Estavam tão bonitos!

Em breve, vão poder tê-los nas vossas mãos: os dois primeiros livros do “Sabe Mais k(que) os teus Pais”.

Trazem novas palavras «escanifobéticas» que o deixarão de ser.
Com elas crescemos e contamos, para melhor nos entendermos.

Beijos!
Gato e Bruxinha

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